e o amor?
Ah, o amor!
Nos atendimentos astrológicos que realizo, ele sempre surge como tema favorito. Claro, também há interesse em questões relacionadas ao trabalho, casa, família, viagens, estudos… Mas são as parcerias afetivas que dominam as conversas e despertam a curiosidade da maioria.
O mundo está um caos, e, de repente, a ideia de ter uma relação estável, de se aconchegar num refúgio seguro e tranquilo, regado a afeto e Netflix, virou o sonho de consumo de muita gente. Sim, consumo, porque hoje em dia é possível escolher um parceiro da mesma forma que compramos qualquer coisa online: arrastando um dedinho para lá e para cá, clicando aqui e ali.
E aí vem a idealização. É como comprar caixinhas organizadoras que prometem deixar o armário sempre arrumado. No anúncio, são lindas, bem-feitas, resistentes, compartimentadas de maneira ideal. Mas quando as caixinhas chegam, o material é ruim, não correspondem ao que foi anunciado e têm até um cheiro estranho. Você devolve, frustrada com o tempo perdido. E o armário? Continua empilhado, exigindo manutenção constante.
Com gente, o paralelo é inevitável. Na tela, a pessoa é bonita, inteligente, responde rápido, manda coração, "bom dia" e "boa noite", tem ótimo senso de humor, interesses parecidos, e parece genuinamente interessada. Mas quando a tão esperada figura se materializa diante de você, na mesa do bar ou na ala do supermercado… o "acabamento" não é tão perfeito quanto na foto. E ainda tem voz, hálito, visco, cheiro. E tem hábitos. Comportamentos que nem sempre se alinham com o figurino que você imaginou. De repente, a pessoa não é tão sagaz, interessante e divertida como parecia ao teclar.
A frustração é inevitável. O match não resiste às imperfeições. Era mais alto, mais magro, mais velho, menos charmoso. E você? Continua frustrada, insistindo que o problema está no outro.
Chega de mendigar afeto, de não entender o sumiço, a ausência de escuta, cuidado, carinho, e desejo do outro – diante de todo o amor que você tem para dar. Ao invés de perguntar ao outro "por que mal me queres?", pergunte a si mesma: "por que mal me quero?”
O amor exige autoconhecimento e cuidado.
Para que o amor se instale, é preciso ter consciência. Lidar com os altos e baixos, as idas e vindas e as imperfeições no amor, só é possível através de práticas que fortalecem o corpo, a mente e o espírito, com foco constante na evolução da alma.
O amor verdadeiro é como o Sol. O Sol, que representa nossa alma, brilha por si só e ilumina todos ao redor. Amar não é possuir ou controlar; é mais sobre oferecer e permitir. Permitir, principalmente, que as sombras que emergem numa relação íntima nos revelem aspectos ocultos de nós mesmos. Essa permissão abre o caminho para seguir lado a lado na jornada, enfrentando juntos as luzes e as sombras pela estrada afora.
Lembrando que, nas estradas da vida, às vezes precisamos atravessar terrenos difíceis, como estradas de terra, que exigem paciência e cautela; outras vezes, estamos numa autopista, onde é preciso atenção e pausas para descanso; em momentos, seguimos pelo ar, o que demanda organização e entrega; e, em outras, navegamos pelas águas, onde é essencial encontrar equilíbrio para não afundar.
Mas para que o match seja verdadeiro e não apenas uma projeção precisamos, primeiro e continuamente, alinhar essas energias dentro de nós.
Podemos praticar esse alinhamento e potencializar o amor em nosso corpo através dos chakras e das energias planetárias internas. Quando o Chakra do Coração (Anahata), ligado ao elemento ar, está equilibrado, sentimos amor, alegria e uma conexão profunda com os outros. Regido por Vênus, ele influencia nossos relacionamentos e bem-estar emocional, encorajando compaixão e empatia.
O Chakra Sacral (Svādhisthāna), localizado na região do osso púbico, governa nossa criatividade e sensualidade, sob a regência de Júpiter e ligado ao elemento água. Quando equilibrado, ele nos permite desfrutar dos prazeres da vida com alegria e paixão.
E assim, os planetas estão energeticamente associados aos chakras e aos elementos: Marte, ao fogo do Plexo Solar (Manipūra), nos dá força e coragem; Mercúrio, à Garganta (Viśuddha) e ao elemento espaço, nos auxilia na comunicação; e Saturno, ao chakra Raiz (Mūlādhāra) sustenta nossa persistência e nos aterra. A Lua e o Sol, juntos no centro de comando, o Chakra do Terceiro Olho (Ājñā), governam nossa mente, nossa alma, nosso ego, nossa percepção e compreensão.
Nosso corpo, portanto, é um microcosmo, e ao entendermos isso, percebemos que cuidar de si é sintonizar e cuidar não apenas dos outros, mas também do planeta. Somos feitos da mesma matéria que o nosso abundante, e muitas vezes, explorado planeta Terra, e das mesmas energias das estrelas que compõem o nosso sistema solar.
Somos cósmicos, partes integrantes desse todo e um todo em si.
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É tempo de profundas transformações e reconexão!
Em setembro, começamos a segunda temporada de eclipses do ano, com o eclipse lunar na noite/madrugada de 17-18 de setembro e o eclipse solar em 2 de outubro. Os eclipses são como uma faxina cósmica, revelando luzes e sombras a cada seis meses, oferecendo uma oportunidade ideal para descartar o que não serve mais, abrir espaço para o novo e realinhar seus propósitos e caminhos!