mapeando a gente se entende
Os mapas têm um lugar especial no meu coração. São os únicos objetos que coleciono com entusiasmo. Em tempos passados, quando viajávamos sem ajuda do Google ou GPS, os mapas eram fundamentais para a nossa orientação. Mesmo agora, em qualquer lugar que eu vá, procuro um mapa para compreender geograficamente meu entorno, continuando a mapear não apenas o presente, mas também o porvir. Talvez seja minha maneira de pertencer verdadeiramente a um lugar, de deixar minha marca na cartografia local, transformando-a de algo estático em algo dinâmico e pulsante.
Se há algo que permeia consistentemente os caminhos de minha vida profissional, é o ato de mapear. Desde lugares e objetos relacionados ao espaço público das cidades, como parques, museus, e instituições culturais; desde documentos em arquivos, até artistas visuais e comunidades, tenho explorado o mundo através de mapas.
Mapear não apenas me ajuda a estruturar ideias e pensamentos, mas também a estabelecer pontes entre teoria e prática, proporcionando uma visualização clara e uma compreensão integrada. Nesse processo, há três dimensões fundamentais que percorri ao longo da minha trajetória: a primeira onde apreendi e pratiquei com as ferramentas que me foram dadas na interpretação da realidade; outra em que crio e desenvolvo novos métodos e ferramentas para construir meus próprios mapas, interpretações e conexões, ilustrando enfim, as conclusões das minhas investigações, e propondo novos caminhos. Numa terceira dimensão, mais concreta e definitiva, interpreto e partilho o léxico e a gramática para a leitura de uma pré-existente estrutura cósmica.
O fascínio pelo mapa astral, que ocupa meu interesse atual, é uma evolução natural dessa paixão pela cartografia. Assim como mapeio locais para compreender onde estou, agora me dedico também a mapear o ser para entender a complexidade única de cada indivíduo. O mapa astral oferece um intrigante terreno de exploração, revelando não apenas o estar no mundo, mas também o ser no universo.