meia lua inteira

Aqueles que têm dedicado um tempo ao céu nos últimos dias certamente foram cativados pela bela visão do crescente sorriso da lua, acompanhada por uma estrela brilhante, o planeta Júpiter. Por alguns dias, eles compartilharam o mesmo espaço na constelação, ou signo, de Áries, e a lua continua seu ciclo habitual, mudando de signo a cada dois dias e meio.  A lua é o astro mais instável e oscilante, como reflete a expressão "ser de lua", que descreve aqueles com mudanças de humor frequentes.

A astrologia védica se fundamenta no calendário lunar, reconhecendo que a lua, por estar mais próxima e em constante mutação, exerce uma influência direta em nossas vidas. Este calendário marca os dias lunares, que não seguem o mesmo padrão de 24 horas do nosso calendário gregoriano (solar). Os quinze dias lunares constituem duas fases complementares: a fase clara, na qual a lua se afasta do sol até atingir a plenitude da Lua Cheia; e a fase escura, quando ela se aproxima do sol, culminando na Lua Nova.

Cada dia dessas fases traz consigo uma energia única, adicionando uma camada de significados que se sobrepõe aos 12 signos solares, amplamente reconhecidos no Ocidente e, especialmente, às 27 nakshatras – os signos ou mansões lunares que constituem a base da astrologia védica. Compreender e observar essas diversas camadas de significado, relacionando e sobrepondo-as, pode proporcionar um caminho valioso para o autoconhecimento.

O alinhamento entre a Terra, a Lua e o Sol espelha o alinhamento do corpo, mente e alma em nosso microcosmo. O ápice desse alinhamento é atingido durante os eclipses, que ocorrem quando os três astros estão precisamente alinhados. Os eclipses, portanto, constituem períodos de intensas transformações, ideais para práticas de conexão interna. 

À medida que novos ciclos se iniciam e trazem mudanças significativas, é natural sentir certo desconforto. Uma boa analogia é a mudança de casa, onde sonhos e projetos se encontram com esforços excessivos, burocracias e gastos inesperados, coisas que se perdem no caminho e outras tantas que precisam ser deixadas para trás. Do mesmo modo, os eclipses nos desafiam a enfrentar mudanças inevitáveis, liberando padrões limitantes para avançar em direção ao nosso potencial máximo.

Preparar-se para essas mudanças não possui uma fórmula mágica, mas a prática pessoal pode ser uma aliada valiosa. Por isso, compartilho uma proposta especial para a semana que antecede o primeiro eclipse desta nova temporada: acompanhar os dias lunares, criando um espaço para sintonizar consigo mesmo e com as energias variadas que estarão disponíveis, como intuição, purificação, nutrição e expansão. Entre os dias 18 e 25 de março, serão oferecidas práticas simples de conexão diária, para nos prepararmos e recebermos bem essas mudanças que invariavelmente virão com os eclipses.

Este convite é aberto e gratuito. As primeiras pessoas inscritas receberão também o seu mapa védico, com a indicação das áreas da vida que serão mais impactadas pelas próximas temporadas de eclipses até março de 2025. Aproveite esta oportunidade para explorar e crescer em meio às transformações cósmicas e pessoais.

As inscrições ficam abertas até às 20h de domingo (17/03). Se deseja se inscrever agora, mande a mensagem “quero participar do projeto cura” deixando o seu contato neste link.

fotografia de Fernanda Curi, Lua e Júpiter no céu do Porto, março 2024.


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